Notícias falsas: na grande mídia e na internet
Com uma gama de produtores as fake news tomaram espaço não só dos principais veículos, mas também da internet
Clara Rosa Guimarães
clararguimaraes@gmail.com
A sociedade atual está cercada de tecnologia
e informação, o que proporciona
liberdade suficiente para produzir e propagar
notícias. Segundo dados de 2016,
disponibilizados pelo IBGE, 116 milhões
de brasileiros estão conectados à internet.
As notícias propagadas, porém, podem ser
manipuladas e não apuradas devidamente,
podendo ser mentirosas. Com essa gama
de produtores as fake news acabam tomando
um grande espaço no mundo jornalístico.
A existência dessas tais notícias já preocupa
alguns usuários da internet. Como a
estudante de matemática, Helena Ann, de
19 anos, que não tem costume de postar na
internet, portanto, acaba não postando notícias
falsas, mas acredita que já “caiu” em
alguma delas. Assim como Mylena Ambrósio,
estudante de Relações Públicas, que
já se deparou com notícias mentirosas em
seu feed. No que tange à prevenção as fake
news, ambas tentam checar a veracidade
de notícias com pesquisas na internet.
Para a estudante de Matemática, a grande
mídia não transmite muita confiança por
causa da falta de comunicação assertiva:
“O que pode levar a interpretações pessoais”.
Já Mylena Ambrósio acredita que, às
vezes, a mídia tradicional pode servir para
checar a veracidade de algumas notícias.
“Entretanto, algumas também utilizam dessas
fake news em seus veículos para atrair
um maior público”, completou a estudante.
A estudante de jornalismo, Carla Araújo, de
18 anos, acredita que a mídia tradicional
omite a verdade de acordo com seus interesses,
mas não produz mentiras. Quando
questionada sobre o futuro na carreira de
jornalista, Carla Araújo olha para a profissão
com esperança. “As notícias falsas dão
um maior valor ao trabalho do jornalista,
pelo crédito, recebido pelo público em geral”.
O olhar da jornalista e professora de jornalismo,
Michele Vieira, também não contem
a esperança no ramo. “Sou uma entusiasta
do quanto o jornalismo no Brasil está conseguindo
acompanhar essas mudanças e
essa necessidade ética de combater as notícias
falsas”.
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“Sou uma entusiasta do quanto o jornalismo no Brasil está conseguindo acompanhar essas mudanças"; Foto: Unicap. |
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“As notícias falsas dão um maior valor ao trabalho do jornalista, pelo crédito, recebido pelo público em geral”; Foto: Sofia Paschoal. |
Sobre a recente declaração do ministro
Luiz Fux – afirmando ter o apoio dos veículos
confiáveis para combater as notícias
mentirosas -, a professora acha legítima a
preocupação do ministro, principalmente
em ano de eleição. Alertando que as fake
news ao ultrapassar o número de compartilhamento
das notícias verdadeiras acabam
influenciando a opinião pública.
Jornalismo na faculdade
A professora Michele Vieira também ressalta a
importância do corpo docente. “Os professores
de jornalismo podem, naturalmente, abordar
essas notícias falsa e contextualiza – las para
seus alunos”.
Ao contrário do que se pensa, as notícias
mentirosas não são exclusivas do universo
digital. Ao contrário, existem bem antes da
invenção da Internet, como explica Gabriel
Priolli, jornalista e estudioso dos meios de
comunicação, em entrevista à CartaCapital.
“Notícias falsas são tão antigas quanto a
própria imprensa, que as publica por equívoco
ou mesmo intencionalmente, por algum
interesse extra jornalístico”.
Michele Vieira aborda as editorias de checagem
– fact-checking – e suas incessantes
apurações como forma de combater as notícias
falsas. Que, na sua opinião, já ultrapassou
barreiras jurídicas no Brasil.
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